Novas tecnologias estão sendo constantemente desenvolvidas para atender às demandas causadas pelo aumento da utilização da Internet, assim como um aumento das exigências por serviços de comunicação de dados, capazes de integrar várias mídias como dados, voz e imagem, com qualidade de serviço e segurança. 

Apesar da complexidade de muitos backbones (núcleo da rede – enlaces que unem diversos pontos interconectados) atuais, os mesmos são robustos e confiáveis, e isso é uma evidência de um grande avanço no desenvolvimento das tecnologias de WAN (Wide Area Network), rede geograficamente distribuída que abrange uma grande área geográfica assim como da adoção de uma metodologia de consenso em relação a aspectos de projeto por parte dos desenvolvedores.

Combinando o processo de roteamento de nível 3, com a comutação sobre a camada 2, de acordo com o modelo de referência OSI (Open Systems Interconnection) a arquitetura IP (Internet Protocol) sobre MPLS (MultiProtocol Label Switching) oferece maior possibilidade de gerenciamento e engenharia de tráfego, reduzindo o processamento necessário para realizar o roteamento de datagramas de rede.

Essa tecnologia ganhou força como alternativa à combinação do protocolo IP sobre tecnologias de camada 2, tais como: Ethernet, Asynchronous Transfer Mode (ATM) e Frame-Relay  , sendo largamente oferecida no mercado, de maneira que a demanda se intensificou e vem estimulando os clientes a solicitar tais serviços, não se tratando de mera oportunidade de negócio, mas de requisito imprescindível para atendimento das demandas dos clientes atuais. 

O acompanhamento e adaptação às mudanças tecnológicas que surgem e que se firmam em um cenário global são essenciais para que os provedores se mantenham presentes na disputa por novos clientes. Em backbones modernos, o uso da tecnologia MPLS traz grandes benefícios, evitando a complexidade de backbones antigos, baseados em tecnologias de camada 2, as quais provocam problemas de escalabilidade, desempenho e administração.

Tal tecnologia também possibilita o uso de aplicações convergentes, o que a torna bastante atrativa para o mercado atual, que procura soluções que possibilitem a implementação de redes práticas, econômicas e interoperáveis.

É importante também salientar que a tecnologia MPLS permite a integração de várias tecnologias usadas em grandes provedores, tais como: Frame-Relay, ATM (Asynchronous Transfer Mode), Linhas dedicadas e ADSL (Asymmetric Digital Subscriber Line), viabilizando assim a otimização da infraestrutura instalada.

O fato de o MPLS ser, por essência, uma tecnologia de camada dois e meio, isto porque adiciona um cabeçalho de 32 bits (que contém um rótulo) entre as camadas dois e três, dessa forma trabalhando com a tecnologia IP, provocou uma significante evolução nas tecnologias de núcleo da rede, sendo extremamente fácil de operar, oferece muitos mecanismos de controle e gerência de tráfego, e provoca um melhor uso do meio físico. 

Na segunda metade da década de 90, a tecnologia ATM, embora ainda com preço elevado, já era a tecnologia dominante para a construção de backbones. Ao mesmo tempo, já se sabia que a pilha de protocolos TCP/IP era um padrão de fato no mundo, e que todas as tecnologias que fossem desenvolvidas a partir de então deveriam ser compatíveis com esses protocolos.

No entanto, como vimos, a natureza da tecnologia ATM, com células de tamanho fixo e qualidade de serviço intrínseca, difere totalmente da natureza do protocolo IP. 

O mapeamento de pacotes IPs no ATM é uma tarefa complexa, já que os processos de segmentação em pequenas células e remontagem dos pacotes acarretam desperdício de banda passante, acrescentando informações adicionais e exigindo mais processamento dos roteadores. Desse modo, a união desses dois mundos nunca permitiu uma utilização plena e harmônica das duas tecnologias.

Nessa mesma década (90) pesquisas foram iniciadas, que significavam uma quebra total de paradigma, inicialmente chamada de comutação IP. Alguns fabricantes entendiam que pacotes IPs não precisavam ser roteados nos núcleos da rede e que era possível adquirir a qualidade de serviço de redes ATM por meio da comutação de pacotes IPs. Tal comutação seria realizada por rótulos adicionados a cada pacote.

Algumas empresas começaram a desenvolver tecnologias baseadas na utilização de rótulos, porém devido à incapacidade de interação entre essas tecnologias desenvolvidas, das quais podemos citar: IP Switching (Ipsilon), CSR-Cell Switched Router (Toshiba), Tag Switching Architecture (Cisco), ARIS-Aggregate Route-based IP Switching (IBM), SITA-Switching IP Through ATM (Telecom Finland) e IP Navigator (Ascend), fez com que a IETF (Internet Engineering Task Force) criasse, em dezembro de 1996, um grupo de trabalho visando à padronização destas tecnologias.

Assim, o MPLS é uma tecnologia desenvolvida no âmbito do IETF, inicialmente como uma tentativa de padronizar a comutação de pacotes baseada na troca de rótulos e, com isso, melhorar a eficiência de fluxos de tráfegos através da rede, modificando um paradigma fundamental até então existente nas redes IPs, com a inserção de um rótulo ao datagrama, propiciando assim, a comutação IP. 

Nos próximos posts iremos explicar sobre a Arquitetura da Tecnologia MPLS.